Uma ambulância dos bombeiros de Tavira despistou-se esta manhã, pelas 08:38, na A22, entre Vila Real de Santo António e Faro, provocando quatro feridos graves.
Na altura a ambulância transportava três tripulantes e um sinistrado de outro acidente, tendo o socorro sido efectudo por elementos de duas corporações algarvias, com 17 elementos e seis veículos, tendo sido apoiados por três viaturas do Instituto Nacional de Emergência Médica com um total de seis tripulantes.
O ferido com maior gravidade, um bombeiro, foi evacuado de helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa, para onde foram igualmente transportados de ambulância um colega e o sinistrado que seguia no veículo acidentado, enquanto a terceira vítima, um bombeiro, foi transportado para Faro.
Sem comentar este caso em particular, que será, em dúvida, objecto de um inquérito, não podemos deixar de lembrar que algumas das decisões recentemene adoptadas poderão resultar no aumento do número de acidentes com ambulâncias.
Em primeiro lugar, o encerramento de unidades de saúde no Interior obriga a deslocações mais longas que, teoricamente, serão efectuadas a uma velocidade mais elevada, única forma de manter os mesmos tempos de resposta, com a inevitável consequência do aumento do risco para os envolvidos, sejam eles tripulantes, sejam outros ocupantes.
Em segundo lugar, os modelos de financiamento das corporações continuam a não permitir a necessária renovação do material e a manutenção mais apropriada, facto agravado com o desgaste suplementar resultante da situação anteriormente descrita e que implica maior número de quilómetros percorridos e um esforço adicional para os componentes mecânicos das viaturas.
Destas situações, resultará igualmente um maior desgaste das tripulações, seja em termos de cansaço físico, seja a nível psicológico, aumentando o risco de erro e de acidente.
Temos, também, a questão da necessidade de formação específica na condução de veículos de emergência, algo que não depende apenas da prática e deve ser complementado através da frequência de cursos que, infelizmente, acabam por não estar ao alcance de todos quantos deles necessitam.
Apesar de já termos abordado previamente este assunto, a importância de que se reveste e o agravar das condições objectivas em que se realizam as missões de socorrro, leva-nos a relembrar algo que tende a ser esquecido para, subitamente, ser recordado quando um acidente demonstra que ainda há muito trabalho a fazer na área do socorro.
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