Entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês
Esta forma de controle de acessos, de que estão apenas dispensados os residentes no concelho de Terras de Bouro, foi o método escolhido pela direcção do PNPG para impedir o que foi chamado a "invasão" de veículos, mas é contestada por autarcas locais.
Para o presidente da Câmara de Ponte da Barca, Vassalo Abreu, trata-se de uma medida "ineficaz" e potencialmente "discriminatória", dado que quem se desloca até aí, não deixará de pagar para entrar na Mata.
Por outro lado, segundo o autarca, "parece que querem que a selecção das pessoas que entram num parque nacional, que é de todos, seja feita em função de quem tem ou não tem dinheiro", algo que surge como uma injustiça e não como uma forma de controle que ocorreria caso fosse limitado o número de veículos.
Para Vassalo de Abreu, o Instituto para a Conservação da Natureza (ICN) toma decisões em consultar as populações locais e os seus representantes, no que é acompanhado pelo presidente da Câmara de Terras de Bouro, António Afonso, que também se opôs à introdução de portagens
Obviamente, a introdução de portagens não tem como resultado a protecção da Mata, mas constitui, tão somente, mais uma fonte de receitas que penaliza sobretudo quem tem menos recursos económicos e pretende visitar um património que é de todos, numa tendência que, a ser seguida, pode ser uma limitação ao turismo da Natureza.
Embora o director do PNPG defenda esta medida como factor de sensibilização para a importância da Mata e como dissuação do uso do automóvel, esta é uma opção discricionária que em nada contribui para a defesa do Parque e para a sustentabilidade económica da região onde este se insere.
Trata-se, na nossa opinião, de uma medida desconexa e incoerente que pretende defender o património natural dificultando o acesso, afastando visitantes que são essenciais para a defesa deste património que é de todos, possam ou não pagar uma portagem de cuja legalidade duvidamos.
A defesa do património natural depende da sua sustentabilidade económica, do dinamismo das regiões em que se insere e, em grande parte do turismo, pelo que qualquer medida, mesmo que bem intencionada, que possa afastar visitantes, revela uma falta de visão de conjunto e a prossecução de uma estratégia errada, cujas consequências desastrosas se fazem sentir há muito no Interior do País.
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