segunda-feira, outubro 22, 2007

Novo incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês


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Uma área florestal queimada

Já estão circunscritas as duas frentes do incêndio que lavrou desde Sábado em Terras do Bouro, consumindo áreas no Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), segundo dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Um total de 168 bombeiros, apoiados por 53 viaturas e um helicóptero, a que se juntaram dois Canadair provenientes de Espanha combateram este incêndio que lavrou em zonas de difícil acesso, onde a intervenção dos meios aéreos foi decisiva.

Um outro incêndio começou pelas 19:35 do mesmo dia numa zona de floresta do lugar do Vidoeiro, na freguesia de Vilar da Veiga, no monte entre a vila do Gerês e Pedra Bela, considerado como uma das principais atracções turísticas do PNPG.

A ANPC informou ainda que um outro incêndio lavra desde as 12:30 de Domingo em Bezeguimbra, no concelho de Vila Verde, também no distrito de Braga, sendo combatido por 32 bombeiros, apoiados por 10 viaturas.

Para o governador civil de Braga, a "a área ardida não é de grande extensão", tendo sido atingida essencialmente uma "área de pinheiro e não de nenhuma espécie protegida".

Embora ainda não haja conclusões quanto à origem do fogo, para o governador civil "é pouco provável que o incêndio tenha causa natural" dada a hora algo tardia a que este começou, afirmação que surge como prematura dao estarem ainda a decorrer investigações para se apurar as causas deste incêndio.

Devemos, no entanto, ressalvar que o facto de o incêndio ter sido detectado ao fim da tarde não implica que não tenha começado com pouca intensidade algum tempo antes numa área de difícil acesso e numa época do ano em que, não obstante a manutenção do tempo quente, a maioria dos meios já foram desmobilizados.

Concretamente e em relação aos meios disponíveis, reforçamos a necessidade de flexibilizar as fases de combate aos incêndios e as regras a observar, fazendo-as depender dos níveis de risco e não de um calendário rígido que cada vez traduz menos a realidade climática.

Também não podemos deixar de lembrar, uma vez mais, o problema resultante da falta de acessos, que no caso do PNPG é uma opção deliberada que visa afastar os visitantes de determinadas áreas, mas de que resultam sérias dificuldades no combate a incêndios, facto tanto mais gravoso dado ainda não haver meios aéreos permanentes disponíveis durante todo o ano.

Finalmente, devemos lamentar a menorização do problema de mais um incêndio numa área protegida, e a precipitação com que se excluem causas naturais, atitude habitual quando os trabalhos de prevenção e ordenamento não foram devidamente executados, deixando a floresta vulnerável à mais pequena ignição.

A floresta portuguesa continua extremamente vulnerável e, tal como acontece nos mais variados campos, ninguém assume a responsabilidade por anos de incúria, de laxismo e de abandono, cujas consequência são visíveis na diminuição da área florestal portuguesa.

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