quarta-feira, outubro 24, 2007

Número de ocorrências quadruplica em Outubro


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Um fogo florestal no Verão de 2005

Desde o início deste mês de Outubro e até ao último sábado, dia 20, registaram-se mais de um milhar de incêndios florestais, o que ronda o quádruplo do número de ocorrências verificadas na totalidade do mesmo mês de 2006.

Segundo os dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, houve um total de 1.670 ocorrências de fogos florestais entre os dias 02 e 20 de Outubro, sendo que este número é francamente superior ao expectável para esta época do ano.

Em Outubro de 2006, segundo os dados da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, contabilizaram-se em Portugal um total de 423 ocorrências, das quais 45 foram classificadas como incêndios florestais e 378 como fogachos, ou seja, como fogos que consumiram áreas inferiores a um hectare.

Só no Sábado passado, o dia em que se registou um maior número de ocorrências neste mês de Outubro, verificaram-se 223 incêndios florestais, que mobilizaram 1.706 efectivos e 467 viaturas, demonstrando o impacto que uma temperatura mais elevada do que o normal para esta época do ano tem a nível de fogos.

Se durante o Verão e até ao fim da "Fase Charlie" a tendência foi para temperatuars baixas, inferiores à média, nesta altura sucede o contrário, pelo que a ligação entre condições climáticas e o número de ocorrências, que alguns pretendem minimizar, é mais uma vez uma evidência.

Também a forma como são disponibilizados meios de combate e os periodos de maior disponibilidade terão que ser reequacionados, mas é na área da prevenção que se notam maiores carências, sendo de salientar a rapidez com que a problemática dos incêndios florestais desaparece da discussão pública e dos orgãos de informação, substituidos por assuntos que, aparentemente, atraem maiores audiências.

Num País onde a mediatização assume contornos de valor fundamental, o desaparecimento noticioso dos fogos corresponde a uma quase inexistência prática, a um menor esforço e à ausência de interesse político na solução de um problema que já não se confina aos escassos meses de Verão.

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