Um fogo florestal no Verão de 2005
Segundo os dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, houve um total de 1.670 ocorrências de fogos florestais entre os dias 02 e 20 de Outubro, sendo que este número é francamente superior ao expectável para esta época do ano.
Em Outubro de 2006, segundo os dados da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, contabilizaram-se em Portugal um total de 423 ocorrências, das quais 45 foram classificadas como incêndios florestais e 378 como fogachos, ou seja, como fogos que consumiram áreas inferiores a um hectare.
Só no Sábado passado, o dia em que se registou um maior número de ocorrências neste mês de Outubro, verificaram-se 223 incêndios florestais, que mobilizaram 1.706 efectivos e 467 viaturas, demonstrando o impacto que uma temperatura mais elevada do que o normal para esta época do ano tem a nível de fogos.
Se durante o Verão e até ao fim da "Fase Charlie" a tendência foi para temperatuars baixas, inferiores à média, nesta altura sucede o contrário, pelo que a ligação entre condições climáticas e o número de ocorrências, que alguns pretendem minimizar, é mais uma vez uma evidência.
Também a forma como são disponibilizados meios de combate e os periodos de maior disponibilidade terão que ser reequacionados, mas é na área da prevenção que se notam maiores carências, sendo de salientar a rapidez com que a problemática dos incêndios florestais desaparece da discussão pública e dos orgãos de informação, substituidos por assuntos que, aparentemente, atraem maiores audiências.
Num País onde a mediatização assume contornos de valor fundamental, o desaparecimento noticioso dos fogos corresponde a uma quase inexistência prática, a um menor esforço e à ausência de interesse político na solução de um problema que já não se confina aos escassos meses de Verão.
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