Nos últimos meses temos assistido a uma profusão legislativa que visa modificar a estrutura e o funcionamento dos mais diversos sectores, abrangendo áreas que envolvem números insignificantes de trabalhadores e teminando no próprio Estado.
Estas alterações, mas na forma do que no conteúdo, acabam por ter um impacto reduzido no funcionamento dos serviços enquanto são devastadores para inúmeros funcionários públicos, cujas carreiras e a própria inserção na sociedade se vêm ameaçadas por esta medida.
Na verdade, poucos são os dirigentes que, em nome da eficiência e da racionalidade, aceitem prescindir de parte dos seus subordinados, que seriam transferidos para serviços partilhados por vários departamentos ou organismos, recusando-se a ver a sua influência diminuida pela perda de colaboradores.
Efectivamente, um dos critérios pelos quais o peso e a influência de muitos dirigentes, nos mais variados escalões, são avaliados tem a ver directamente com o número de funcionários que deles dependem, do que resulta uma maior dotação orçamental e um maior peso na máquina do Estado, cuja avaliação de desempenho continua a depender de critérios desconhecidos e cuja aplicação obedece a parâmetros de clientelismo partidário.
Muito se falou de mobilidade, de requalificações, mas sempre a nível individual, esquecendo que o maior problema não reside no funcionário, mas numa organização caduca que continua imóvel e consumindo recursos que são sustentados pelo sucessivo aumento da carga fiscal.
Por outro lado, a formação e o progresso de trabalhadores ou funcionários como uma equipa que desenvolve um projecto conjunto para cujo sucesso a contribuição de todos é necessária, é omitida, promovendo apenas uma competição individual que poderá revestir-se de aspectos pouco sadios.
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