Uma morte é uma tragédia, um milhão de mortes é uma estatística
Os dados constam de um relatório sobre a reestruturção das urgências, que prevê o encerramento de 14 centros espalhados pelo País, com maior incidência em zonas menos povoadas do Interior.
No entanto, segundo o mesmo documento, a esmagadora maioria da população, cerca de 90%, está a menos de meia hora de um atendimento de urgência, o que segundo dizem os especialistas será aceitável.
Em contrapartida, uma insignificante percentagem de pouco mais de 0.6%, que corresponde a uns 60.000 indivíduos, reside em zonas onde o atendimento pode demorar mais do que uma hora, tempo exagerado em caso de uma urgência e cujas consequências são fáceis de adivinhar.
Para a comissão de especialistas que estudou o problema, fazendo as contas aos custos de implementar e manter serviços capazes de acudir a estes 60.000 nossos compatriotas, verificou-se esses custos serem excessivos, e a única uma opção que estes têm para viver em segurança ser a de se mudarem para outra zona do território.
Ninguém contabilizou os custos que o abandono de 0.6% do território nacional pode ter, nem qual o preço a pagar pela perda de vidas humanas e, menos ainda, entrou em linha de conta com valores éticos que devem presidir a estas opções.
Efectivamente, nunca haverá desenvolvimento regional ou solidariedade nacional se o Estado não garantir aos seus cidadãos residentes em território nacional a segurança e a protecção a que qualquer ser humano tem direito.
Afinal, ainda vivemos numa democracia onde palavras que era suposto serem do passado continuam estar presentes.
"Uma morte é uma tragédia, um milhão de mortes é uma estatística"
Iosif Vissarionovich Dzhugashvili
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