Um dos veículos oferecidos nesta campanha
Entre os contemplados na região Centro estão as corporções de Anadia, que recebe uma viatura por sorteio, a de Cantanhede, por indicação de "Os Mosqueteiros" e a dos Municipais de Viseu.
Sabendo que o parque automóvel destas corporações de voluntários é escasso e com uma idade avançada, com veículos que em alguns casos não se adequam às necessidades, este reforço é essencial e vem dar maior solidez aos meios de ataque a incêndios florestais.
Dado que são concelhos com áreas florestais importantes, a existência de viaturas que permitam quer um patrulhamento, quer uma primeira intervenção rápida, revela-se da maior importância e segue as actuais tácticas de atacar os fogos à nascença.
Mário Teixeira, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia, considera a viatura de particular utilidade "pelas suas características, nomeadamente de saída e chegada rápida, é das mais utilizadas no combate a incêndios", mas salienta a necessidade de aquirir uma ambulância e de um carro vocacionado para os incêndios industriais.
Cumpre-nos saudar esta iniciativa do grupo de supermercados "Os Mosqueteiros", que vem suprir algumas das muitas carências com que os bombeiros se debatem, muito especialmente numa altura em que é necessário repor equipamentos e viaturas danificados ou destruidos ao longo destes meses de incêndios florestais.
Quando se equaciona a profissionalização parcial dos corpos de bombeiros, a escassez de material e a incapacidade de financiar novas aquisições vem lançar um alerta quanto à possibilidade da responsabilidade tripartida dividida entre as associações, as autarquias e o poder central através do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).
Relativamente à questão do financiamento e da viabilidade desta solução nos moldes previstos, já manifestamos as nossas reservas num texto recentemente publicado, pelo que não será de nos alongarmos sobre este assunto, mas devemos ressalvar aqui o papel essencial da sociedade civil, que tememos diminua com a profissionalização e devido à actual situação económica de muitas famílias.
Infelizmente, quando se fala de profissionalização, a tentação é de considerar que daí decorre automaticamente uma autonomia financeira, pelo que os donativos podem parecer injustificados a muitos, resultando numa quebra de receitas.
Devemos, ainda, lembrar que, sem o apoio da sociedade civil, nesta incluindo entidade empresariais, a missão dos bombeiros, já de sí difícil torna-se quase impossível, comprometendo a segurança das populações e dos seus bens, bem como a dos que arriscam a vida para as proteger, pelo que se impõe reequacionar a questão do financiamento antes de se optar por uma nova estrutura organizativa de que resultem maiores encargos para todos.
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