Um incêndio durante o Verão de 2006
Este fogo tem vindo a destruir uma zona de pinhal, e estava a ser combatido agora por 67 bombeiros, apoiados por 19 viaturas, tendo seguido reforços para o local.
Durante o dia e até ao anoitecer, participaram nas operações dois helicópteros, dois aerotanques ligeiros e dois aerotanques pesados Canadair, tendo estado presente o comandante operacional distrital de Operações de Socorro.
O arrefecimento neste início da semana terá, obviamente, um impacto positivo no controle dos incêndios, voltando-se a repor a situação ocorrida nos fins de Julho em termos de temperatura e de humidade.
Neste Verão atípico, em que Portugal tem sido poupado a situações de autêntica catástrofe, como se verifica nos Balcãs, o relativo descanso deveria ser aproveitado para efeitos de formação e de treino, melhorando os procedimentos e a coordenação ar-terra numa altura em que é possível contar com a participação dos meios aéreos, com os quais é difícil ter oportunidades de treinar.
A possibilidade de substituir actividade operacional por períodos de treino, sem comprometer a disponibilidade, deveria, portanto, ser equacionada para os períodos em que o nível de alerta seja baixo, devendo existir um conjunto de exercícios ou de formações preparadas para estas eventualidades.
Desperdiçar a oportunidade, provavelmente única, de um Verão com baixo número de ocorrências sem promover a formação de todos quantos estão envolvidos no combate aos fogos, será uma atitude irreflectida e um mau planeamento que põe em causa as operações de anos onde a disponibilidade será, inevitavelmente, escassa.
3 comentários:
A oportunidade não está a ser desperdiçada. Já estão em treinos em Tires os pilotos e os 4 Kamov e os 4 Ecureuil que já chegaram a Portugal.
Foi recentemente instalado pela Mckinsey um sistema de gestão da frota aérea de combate a incêndios, com GPS para todas as aeronaves envolvidas.
Este verão têm corrido melhor do que o anterior. Ainda bem porque deu-se estes problemas com a formação da EMA. A razão porque isso aconteceu já o disse no post do Dromader.
Mais uma coisa, por fonte do MOPTC, as aeronaves do Estado estarão habilitadas a realizarem operações de SAR e transporte de entidades do Estado - polícias, etc - estando os KAMOV equipados com flutuadores laterais para operações sobre o mar.
Portanto, ao contrário do que tu e de outros jornalistas disseram, eles podem ser utilizados para transporte de pessoas, desde que em missões ligadas à protecção civil ou do Estado.
Têm havido muita informação "falsa" veiculada na comunicação social sobre isto. Acho este facto incrível e tenho cada vez mais descrédito pelos jornalistas que publicam as notícias sem se inteirarem da resposta da entidade envolvida.
Uma coisa é chegar a Portugal, outra é terem à disposição os meios com que vão operar, nomeadamente ter os Kamov disponíveis e operacionais.
Usar o MOPTC como fonte é parcial, dado que se trata de "parte interessada" e sem a necessária isenção, pelo que não considero como uma "verdade absoluta", sobretudo para quem sabe que o que é verdade para este Ministério num dia,no outro já não o será.
As regras de uso de "aeronaves do Estado" têm limitações que são conhecidas e que já mencionei anteriormente e não permitem um transporte indiscriminado de pessoas, mesmo que ao serviço do Estado.
Quando estiverem operacionais, vamos a ver qual o uso que lhes dão e a legalidade das opções tomadas.
Mas os meios aéreos são uma pequena parte de todo o dispositivo, que se baseia sobretudo em milhares de bombeiros e em estruturas de comando, cujo treino e participação em exercícios é absolutamente necessário.
Treinar meios aéreos e deixar de fora tudo o resto, inclusivé a cooperação ar-terra, é manifestamente insuficiente para preparar anos em que as condições meteorológicas não serão tão favoráveis.
Um abraço
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