terça-feira, agosto 07, 2007

Fogo não circunscrito em Idanha-a-Nova


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Um incêndio durante o Verão de 2006

Continua por circunscrever o incêndio florestal que lavra desde as 18:24 de 2ª feira na localidade de Ribeiro do Freixo, concelho de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.

Este fogo tem vindo a destruir uma zona de pinhal, e estava a ser combatido agora por 67 bombeiros, apoiados por 19 viaturas, tendo seguido reforços para o local.

Durante o dia e até ao anoitecer, participaram nas operações dois helicópteros, dois aerotanques ligeiros e dois aerotanques pesados Canadair, tendo estado presente o comandante operacional distrital de Operações de Socorro.

O arrefecimento neste início da semana terá, obviamente, um impacto positivo no controle dos incêndios, voltando-se a repor a situação ocorrida nos fins de Julho em termos de temperatura e de humidade.

Neste Verão atípico, em que Portugal tem sido poupado a situações de autêntica catástrofe, como se verifica nos Balcãs, o relativo descanso deveria ser aproveitado para efeitos de formação e de treino, melhorando os procedimentos e a coordenação ar-terra numa altura em que é possível contar com a participação dos meios aéreos, com os quais é difícil ter oportunidades de treinar.

A possibilidade de substituir actividade operacional por períodos de treino, sem comprometer a disponibilidade, deveria, portanto, ser equacionada para os períodos em que o nível de alerta seja baixo, devendo existir um conjunto de exercícios ou de formações preparadas para estas eventualidades.

Desperdiçar a oportunidade, provavelmente única, de um Verão com baixo número de ocorrências sem promover a formação de todos quantos estão envolvidos no combate aos fogos, será uma atitude irreflectida e um mau planeamento que põe em causa as operações de anos onde a disponibilidade será, inevitavelmente, escassa.

3 comentários:

E disse...

A oportunidade não está a ser desperdiçada. Já estão em treinos em Tires os pilotos e os 4 Kamov e os 4 Ecureuil que já chegaram a Portugal.

Foi recentemente instalado pela Mckinsey um sistema de gestão da frota aérea de combate a incêndios, com GPS para todas as aeronaves envolvidas.

Este verão têm corrido melhor do que o anterior. Ainda bem porque deu-se estes problemas com a formação da EMA. A razão porque isso aconteceu já o disse no post do Dromader.

Mais uma coisa, por fonte do MOPTC, as aeronaves do Estado estarão habilitadas a realizarem operações de SAR e transporte de entidades do Estado - polícias, etc - estando os KAMOV equipados com flutuadores laterais para operações sobre o mar.

Portanto, ao contrário do que tu e de outros jornalistas disseram, eles podem ser utilizados para transporte de pessoas, desde que em missões ligadas à protecção civil ou do Estado.

Têm havido muita informação "falsa" veiculada na comunicação social sobre isto. Acho este facto incrível e tenho cada vez mais descrédito pelos jornalistas que publicam as notícias sem se inteirarem da resposta da entidade envolvida.

Nuno Cabeçadas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nuno Cabeçadas disse...

Uma coisa é chegar a Portugal, outra é terem à disposição os meios com que vão operar, nomeadamente ter os Kamov disponíveis e operacionais.

Usar o MOPTC como fonte é parcial, dado que se trata de "parte interessada" e sem a necessária isenção, pelo que não considero como uma "verdade absoluta", sobretudo para quem sabe que o que é verdade para este Ministério num dia,no outro já não o será.

As regras de uso de "aeronaves do Estado" têm limitações que são conhecidas e que já mencionei anteriormente e não permitem um transporte indiscriminado de pessoas, mesmo que ao serviço do Estado.

Quando estiverem operacionais, vamos a ver qual o uso que lhes dão e a legalidade das opções tomadas.

Mas os meios aéreos são uma pequena parte de todo o dispositivo, que se baseia sobretudo em milhares de bombeiros e em estruturas de comando, cujo treino e participação em exercícios é absolutamente necessário.

Treinar meios aéreos e deixar de fora tudo o resto, inclusivé a cooperação ar-terra, é manifestamente insuficiente para preparar anos em que as condições meteorológicas não serão tão favoráveis.

Um abraço