sexta-feira, outubro 27, 2006

LBP contesta aumento de efectivos do GIPS


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Bombeiros em acção durante o Verão de 2006

Os planos do Governo para aumentar o efectivo do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR) foi hoje contestado pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), através da voz dos seu presidente, Duarte Caldeira, que declarou que esta opção "não faz sentido" em termos de Protecção Civil.

Para o dirigente da LBP, o aumento de efectivos do GIPS é "uma política de gestão de forças de segurança que, em termos de Protecção Civil, não faz sentido".

Após o termo da "Fase Charlie", feitas as primeiras contas, Duarte Caldeira conclui que as 22 equipas helitransportadas constituidas por bombeiros registaram um sucesso equivalente às 12 do GIPS, mas com um custo operacional inferior.

Na mesma ocasião, Duarte Caldeira anunciou que vai propor ao Ministério da Administração Interna (MAI) a constituição de uma subcomissão permanente para "acompanhamento contínuo e imediato" dos incêndios florestais, que garanta a participação dos bombeiros no planeamento do dispositivo para o próximo ano, e que deverá ser criada no âmbito da Comissão Nacional de Protecção Civil.

Para além do novo modelo de financiamento que temos vindo a noticiar, a LBP vai solicitar ao MAI que as "despesas extraordinárias dos incêndios florestais realizadas em 2006 pelas entidades detentoras dos corpos de bombeiros sejam regularizadas até ao final do próximo mês".

Tal como noticiamos, o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, manifestou a intenção de aumentar de 315 para 500 o número de efectivos do GIPS, tendo a verba necessária sido incluida no Orçamento de Estado para 2007.

Desde o anúncio da sua criação, o GIPS foi contestado pelos bombeiros, que consideraram que esta unidade da GNR, destinada a intervir em incêndios florestais nascentes, calamidades e outros desastres naturais, era uma duplicação de meios de que resultam problemas organizativos e um custo injustificável.

Numa altura em que é necessário equacionar a Protecção Civil como um todo, funcionando como uma estrutura unificada e dependente de uma mesma hierarquia, a integração do GIPS como força permanente continua a levantar muitas dúvidas, agravadas pelo forte pendor político que presidiu à sua criação.

A discussão sobre o futuro do GIPS, que já equacionamos por diversas vezes, deverá ser feita após o balanço da última época de fogos e incluido num debate mais amplo, que vise reestruturar o socorro em Portugal, evitando a tentação de decisões casuísticas e parcelares que, tendencialmente, acabam por ser contraproducentes.

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