quarta-feira, março 12, 2008

Erro de avaliação e falhas de comunicação provocam outra morte


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Uma central de emergência americana

Apenas uma semana após uma morte devido a um atraso na assistência, que relatamos na altura, uma segunda vítima de doença súbita perdeu a vida após uma longa espera por uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER).

A vítima encontrava-se a lavar o automóvel em Samora Correia, no concelho de Benavente, junto da Estrada Nacional 118, nas imediações de uma estação de serviço da CIPOL, tendo-se sentido indisposto e caido inanimado pelas 16.45 horas, sendo o pedido de socorro efectuado por um condutor que se apercebeu da situação.

Os bombeiros de Benavente, para quem foi encaminhado o pedido, compareceram no local em escassos minutos, mas só quando estes chegaram ao local e executaram manobras de reanimação que não resultaram é que foi chamada a VMER de Vila Franca de Xira que só chegou ao local da ocorrência 35 minutos após o contacto inicial.

Os bombeiros tiveram dificuldades em contactar o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), necessitando de efectuar diversas tentativas que se prolongaram durante doze preciosos minutos até que a chamada fosse atendida

Esta VMER, que estava a uma dezena de quilómetros do local, poderia ter chegado em dez minutos caso tivesse sido activada pelo CODU quando recebeu o pedido de socorro, sendo que a demora levou alguns dos observadores da cena a questionar o atraso deste meio de socorro.

A recepção do pedido de socorro e triagem foi efectuada pelo CODU de Lisboa e Vale do Tejo, o mesmo responsável pela intervenção da semana passada, levantando questões quanto ao funcionamento deste centro onde o sistema informático foi recentemente substituido e parece sofrer de graves deficiências.

O Comando Distrital de Operações de Socorro de Santarém (CDOS) já ordenou um inquérito relativamente aos procedimentos e meios accionados pelo CODU para esta emergência, mas para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), este caso não tem paralelo com o anterior, resultando de um problema de avaliação e não de um atraso.

Para o INEM, terá sido uma falha de comunicações, que é necessário averiguar e corrigir, a responsável pela chegada tardia da VMER, mas a evidência nas falhas a nível de contactos, avaliação e disponibilidade começam a ser preocupantes.

A mudança de uma plataforma informática que serve de base a comunicações críticas só pode ser efectuada após um periodo de testes longo e se os resultados forem inteiramente positivos, sendo necessário manter ambos os sistemas a funcionar em paralelo durante algum tempo.

Proceder à instalação de um sistema novo que serve de base a algo tão importante como as comunicações de emergência antes de este estar 100% operacional e oferecer a necessária segurança, que deve andar perto da infalibilidade, representa um risco inaceitável cujas consequências são agora visíveis.

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