Tal como acontece entre nós, apontar para fogo posto, ou simplesmente levantar a suspeita, havendo ausência de provas, é uma das formas mais habituais de afastar responsabilidades e tentar fazer recair numa acção deliberada a origem da tragédia, ignorando que a resistência estrutural deve proteger contra um incêndio, independentemente da sua origem, pelo que esta será uma fraca desculpa que, no limite, pode ser prejudicial, com efeitos nas compensações a atribuir pelas seguradoras.
Face à revolta das populações, que se sentiram abandonadas durante e após os fogos, a resposta do Governo surge como hesitante e pouco credível, contrapondo um conjunto de medidas de emergência pouco satisfatórias, tendo aqueles que foram afectados que esperar que os montantes disponibilizados para reconstrução sejam disponibilizados com critério, brevidade e em valores que permitam a reconstrução ou reparação dos bens atingidos.
Manifestamente, tal como sucede em Portugal, a falta de ordenamento do território, de respeito pela legislação vigente e, no caso grego, uma certa anarquia a nível de licenciamentos ou na tolerãncia com que a falta destes é encarada, aliada a uma sub-avaliação da gravidade da situação e, aparentemente, a uma deficiente gestão dos recursos existentes, facilitou a propagação das chamas e potenciou a vulnerabilidade das populações, resultando num elevado número de vítimas, muitas das quais ainda dadas como desaparecidas.
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