O facto de terem sido severamente atingidas zonas turísticas, cujos empreendimentos à beira mar confinam, do lado oposto, com uma extensa vegetação, encostada às edificações, aponta para uma manifesta falta de respeito por princípios básicos de segurança, com a prioridade a ir no sentido da criação de um espaço tão atractivo para o turismo, como inseguro para quem o frequenta e, naturalmente, desconhece o perigo em que se encontra.
A falta de ordenamento do território, a especulação imobiliária ligada a uma forte dependência do sector turístico, essencial para o equilíbrio das contas gregas, do que resulta uma complacência face a situações de risco particularmente evidentes, numa evidente cumplicidade entre o Estado e privados, todos eles cientes das vantagens resultantes da expansão deste sector que será o mais importante para a economia nacional.
Obviamente, uma vez criado o cenário, entramos no domínio das probabilidades, concretamente nas de um conjunto de factores se conjugarem para que o número de ignições e a rapidez de propagação inviabilize um combate eficaz a todas as ocorrências, bastando que uma pequena percentagem não seja controlada quase de imediato para que a possibilidade de alastramento e de criação de novos focos, via projecções, seja elevada.
Embora existam, como sempre, suspeitas de fogo posto, a evidência não aponta neste sentido, sendo muito mais provável que as condições climatéricas na altura do início dos incêndios, com vento muito forte, e as sucessivas projecções tenham estado na origem dos numerosos focos de incêndio que alguns associam a uma teia criminosa, pelo simples facto de haver alguma coincidência temporal, o que pode ser explicado por razões naturais.
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