"Airboat" em missão de vigilância num rio
Este alargamente baseia-se na experiência adquirida em 2006, quando os militares da GNR integrados no GIPS, conseguiram extinguir 848 dos 890 em que foram chamados a intervir, algo que se traduz numa taxa de sucesso de 95%
Foi, portanto, decidido extender a área de intervenção do GIPS, que em 2006 abrangia os distritos Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria e Faro e que em 2007, fruto deste reforço em pessoal e equipamentos, passa a incluir Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro.
Elementos do GIPS também estiveram presentes no Norte de Espanha em 2006, na altura em que grandes incêndios varreram a Catalunha e foi solicitada ajuda internacional.
Os GIPS dispoem de dois helicópteros em permanência nas bases de Santa Comba Dão e de Loulé, pilotados por pilotos da GNR, com um máximo de 18 meios aéreos na altura mais crítica de incêndios florestais, tendo ainda barcos três semi-rígidos e 70 viaturas todo-o-terreno equipadas para detecção e primeira intervenção contra fogos nascentes.
Este ano, vai também estar disponível uma embarcação especial para actuar em pântanos, com hélice superior na parte traseira, que se destina a operar em zonas difíceis ao longo de rios pouco navegáveis ou em áreas inundadas com acontece no Ribatejo.
A expansão dos GIPS a par da profissionalização parcial dos bombeiros continua a ser a aposta de um Governo que se esquece de um conjunto de premissas essenciais, das quais depende o sucesso ou fracasso das operações de combate aos incêndios.
O primeiro problema, de ordem estrutural, deriva da cada vez maior desertificação do Interior, potenciada pelo encerramento de serviços de primeira necessidade, dificuldades no socorro e falhas a nível de necessidades tão básicas como nas redes de distribuição de energia, nas comunicações ou a nível de segurança.
Tentar proteger um bem que não é rentável, como a actual maioria da floresta portuguesa, enquanto não existem políticas de reflorestação que permitem a zonas de especial interesse estratégico, como o Parque Nacional da Peneda Gerês, serem devidamente reabilitadas, resulta numa inevitável derrota, pois todos os anos, ardendo mais ou menos, perde-se em termos de área florestal e de sustentabilidade económica.
Um segundo problema, é a falta de aposta na prevenção, onde temos que incluir o ordenamento do território e a organização fundiária, sem o que as florestas e matos continuarão de extrema vulnerabilidade a fogos contra os quais o combate, por muito eficaz que seja, acaba por permitir a destruição de extensas zonas arborizadas.
Podemos dizer que, mais uma vez, a iniciativa continua do lado do Ministério da Administração Interna, enquanto na área do Ambiente e da Agricultura pouco se tem feito, pelo que os atritos entre membros do Governo a que assistimos no ano passado poderão repetir-se no termo de mais uma época de incêndios.
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