quarta-feira, novembro 28, 2007

"Luz do Sameiro": Ainda há esperança que se faça justiça (1ª parte)


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O "Luz do Sameiro" sobrevoado por um helicóptero

Os familiares dos pescadores que perderam a vida no naufrágio do "Luz do Sameiro" pretendem acusar de homicídio por negligência os ministros da Defesa e da Administração Interna, respectivamente Nuno Severiano Teixeira e António Costa, os chefes de Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) e da Armada (CEMA) e o capitão do porto da Nazaré, alegando que as mortes resultaram de incúria, falta de coordenação e falta de meios de socorro.

Lembramos que a embarcação registada em Vila do Conde naufragou a 50 metros da praia da Légua, em Alcobaça, tendo seis elementos da tripulação perdido a vida após lutarem durante horas por se manter agarrados à embracação encalhada, tendo os meios de socorro demorado demasiado tempo a acorrerem ao local.

Quer a cronologia do desastre, quer o arquivamento do processo decidido por parte do Ministério Público (MP) no termo do inquérito que realizou e que usou como base informações de quem devia ter prestado socorro, concretamente a Marinha e da Força Aérea, já foram abordadas em textos que publicamos, sendo agora contestada uma decisão que surge como inconsistente com os próprios factos relatados nos documentos em que esta se apoia.

Assim, para o advogado das famílias das vítimas, o despacho do MP baseia-se num conjunto de informações prestadas por quem tem interesse directo no caso, suscitando questões de parcialidade e, mesmo com base nestes inquéritos, a conclusão é a oposta ao sugerido pelos factos tidos como provados.

Para além de exigir que o Tribunal nomeie uma entidade independente para realizar uma peritagem, ouça todas as testemunhas e analise o processo, excluindo o Estado e os orgãos dele dependentes que tenham envolvimento ou relação com as operações, o advogado das vítimas considera que a conclusão do MP é impossível de sustentar, baseando-se numa especulação, dado que só se o socorro tivesse chegado mais cedo se poderia averiguar da sua razoabilidade.

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