quinta-feira, novembro 29, 2007

"Luz do Sameiro": Ainda há esperança que se faça justiça (2ª parte)


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O "Luz do Sameiro" jaz no areal

Apesar de termos algumas dúvidas quanto à possibilidade de sucesso nesta acção, esta vem alertar para um conjunto de problemas e de responsabilidades que, normalmente, são esquecidas quando ocorrem acidentes graves nos quais surgem dúvidas quanto aos procedimentos adoptados ou aos meios disponíveis.

Normalmente, as averiguações no sentido de se apurarem responsabiliades tendem a concentrar-se nos níveis operacionais ou em quem dirige a operação, que estão condicionados por um conjunto de limitações e imposições às quais não podem escapar, resultando em flagrantes injustiças que deixam de parte quem, por incúria, incompetência ou outros motivos, preparou um cenário propício a um desfecho trágico.

Agrada-nos que não tenham sido envolvidos nesta polémica aqueles que participaram directamente nas operações de salvamento, que certamente deram o máximo para salvar as vidas dos tripulantes da "Luz do Sameiro", bem como o facto de este acidente não ter sido encarado como uma mera falta de sorte, algo comum em Portugal quando estamos perante situações de perda de vidas em consequência de acções tidas como involuntárias, tendo o advogado optado por centrar-se no nível organizacional e político.

Dependerá do tribunal decidir se serão ou não constituídos arguidos os ministros da Defesa e Administração Interna, os chefes do Estado-Maior da Força Aérea e da Armada e o capitão do porto da Nazaré, mas o simples facto de as famílias das vítimas não terem desistido do processo deve servir de exemplo, esperando-se que outros façam o mesmo e se apurem as responsabilidades por tantos acidentes que só acontecem porque alguém não cumpriu o seu dever.

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