O apagão generalizado, que abrangeu todo o território continental, para além de Espanha e parte de França, tem que ser considerado como um incidente da maior gravidade, independentemente das suas causas, e mais do que justifica uma análise atenta e a revisão de um conjunto de permissas que conduziram a uma vulnerabilidade inadmissível.
Esta situação ocorreu numa altura em que Portugal importava perto de um terço da electricidade consumida, uma opção que se deve, alegadamente, a meras questões de preço, o que pode ser verdade usando algumas técnicas de contabilização inerentes ao mercado "spot", mas que, usando outros critérios, pode não corresponder à verdade.
Ainda é cedo para conhecer as causas, mas não podemos esquecer todas as centrais que foram desactivadas, pelas mais diversas razões, e não apenas por questões ecológicas, que devem ser respeitadas, mas que não oferecem a disponibilidade adequada, dependendo de factores incontroláveis e imprevisíveis.
Não podemos, igualmente, deixar de criticar a abordagem dos vários governos, que garante rendas vultuosas e que vão muito para além dos valores de mercado, distorcendo e elevando os preços da energia, muitas vezes sob falsos pretextos, enquanto a fiabilidade da rede eléctrica, sem quaisquer garantias de redundância, vai diminuindo num país que, alguns anos atrás, era completamente autónomo.
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