As falhas do Estado, mesmo que nem todas da responsabilidade directa do Governo, bem como a forma como este tenta fugir a responsabilidades, apontando sempre para outras entidades, suportada por governantes, como o ministro da Administração Interna, que aponta culpas para a NAV, acusando-o de não cumprir protocolos vigentes, no que parece uma tentativa de iludir responsabilidades.
Manifestamente, nada se aprendeu com as sucessivas tragédias, com o Governo a manifestar uma altivez e arrogância que, face à sucessão de casos, não se pode aceitar, incapaz de assumir responsabilidades ou reconhecer fraquezas próprias, sendo patente que, tal como em casos anteriores, não haverá responsabilidade política, salvo por imposição da Presidência da República, que manifesta cada vez mais a sua indignação perante sucessivos incidentes.
No entanto, e mesmo antes de terminarem os inquéritos, é patente que a sequência de falhas e erros é inimaginável e inaceitável, pondo em causa a confiança dos cidadãos no Estado, revelando a extrema debilidade de muitas estruturas e instituições, fruto de incompetência, nomeações de carácter político ou falta de investimentos, num País seguro por cordeis e que o esconde com anúncios cada vez menos credíveis.
Só depois de terminadas as várias investigações e inquéritos haverá conclusões mais definitivas e algumas respostas para um conjunto de perguntas que surgiram imediatamente depois do acidente, sendo absolutamente necessário que, dentro de um espaço de tempo razoável, que previna especulações e gere desconfianças, sejam disponibilizadas as conclusões e, caso se justifique, atribuídas responsabilidades.
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