quarta-feira, abril 13, 2022

Ataque informático ao grupo Sonae - 7ª parte

Infelizmente, o comprometimento dos dados dos clientes, que constam de uma gigantesca base de dados com informações extensas, bem como a ligação a outras plataformas, internas, como a do Cartão Continente, e externas, como empresas parceiras, parece fazer cada vez mais sentido, e o silêncio do Continente apenas pode agravar a situação, caso tal tenha efectivamente acontecido e não tenha emitido os alertas necessários para que os clientes se protejam.

Se tal for verdade, consideramos que o não avisar os cliente entra no domínio criminal, ou seja, os responsáveis do Continente, ao falharem no dever de proteger os dados dos clientes e não avisarem imediatamente todos quantos possam ter os dados pessoais acedidos, mesmo que o aviso seja para uma possibilidade e não o conhecimento concreto que os dados de um utilizador concreto foram acedidos, estamos diante de um crime, ao expor clientes a diversos tipos de perigos.

Ao optar pelo silêncio, caso os dados dos clientes tenham sido comprometidos, o Continente será, sem dúvida processado, a nível civil e mesmo criminal, e reponsabilizado por todos os prejuízos que possam advir desta situação, sendo perfeitamente possível que a autoridade judicial condene a Sonae ao pagamento de montantes muito avultados, incluindo-se aqui pagamentos individuais aos clientes que o requererem e que podem ser da ordem dos milhões.

Para além do impacto reputacional que decorre da estratégia de comunicação, e esse será difícil de reparar, independentemente das consequências do ataque, podendo nunca recupear inteiramente deste incidente, podem surgir consequências financeiras gravíssimas, que vão muito para além dos prejuizos directos resultantes da inoperacionalidade das plataformas, e que podem, no limite, ditar o colapso da marca face aos montantes a dispender e a uma diminuição crítica no volume de negócios.

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