Emigrantes portugueses nos anos 60
Torna-se difícil, ou mesmo impossível, fazer projecções credíveis neste quadro absolutamente catastrófico, onde o desiquilíbrio demográfico, a quebra de receitas do Estado, a insustentabilidade dos sistemas de apoio social, só para mencionar algumas das consequências, podem levar o País ao colapso.Esta diminuição da população, que teria o efeito semelhante ao de uma guerra de grandes proporções, algo que não afecta Portugal desde as invasões napoleónicas, mas com o agravante de um efeito mais prolongado no tempo e afectando de forma muito mais selectiva a população.
Ao contrário de uma guerra, onde as perdas afectam essencialmente os combatentes e os mais idosos, seriam os elementos mais válidos da sociedade, os mais qualificados e com maior iniciativa, a desaparecer, arrastando consigo as respectivas famílias, onde se incluem crianças e jovens com potencial superior à média, dado integrarem-se num extracto social favorecido.
Também a perspectiva e necessidade de renovação que tipicamente surgem a seguir a uma guerra, cujo fim tende a ser bem determinado no tempo, e que abre caminho a uma nova realidade, é inexistente, esbatendo-se e diluindo-se em comunicados e perspectivas difusas e pouco claras, nas quais poucos ou nenhuns acreditam, pelo que um importante sinal de mudança é inexistente.
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