O mau tempo que recentemente afectou o Algarve, atingindo de forma particularmente severa a cidade de Albufeira, apesar da sua raridade temporal, não terá o carácter de excepcionalidade que muitos lhe atribuem, com as consequências a serem potenciadas por um conjunto de opções determinadas por prioridades económicas que colocam em risco a segurança das populações.
As consequências de algumas horas de chuva intensa ficaram bem patentes nas inúmeras reportagens, bem como nas fotos que muitos dos que as presenciaram foram disponibilizando, mas as causas e todo o processo que levou a que se verificasse esta inundação ficaram por analizar, sendo patente alguma desresponsabilização por parte de grande parte dos protagonistas.
Foram diversos os factores que, para além da elevada precipitação, contribuiram para a gravidade do ocorrido, incluindo-se nestes todo o conjunto de alterações introduzidos por sucessivos planos de reordenamento, incluindo o tão falado "Polis", bem como a preparação das populações, a qual depende, naturalmente das previsões e alertas emanados pelas entidades competentes.
Apontado por muitos como uma das causas do sucedido, a falta de alertas apenas pode servir de fraca desculpa, tendo o Instituto do Mar e da Atmosfera feito os devidos alertas para a zona do Algarve, colocando-o sob "Alerta Laranja" com perto de 24 horas de antecedência e, perto da meia noite do dia das cheias, passando o nível para "Alerta Vermelho", o mais sério da actual escala.
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