A falta de condições de acesso, sobretudo em zonas montanhosas, tem-se revelado, desde há muito, como um dos maiores condicionalismos no combate aos incêndios e o motivo principal pelo qual os fogos se prolongam, muitas vezes após períodos durante os quais não são efectuadas quaisquer operações.
Embora os meios aéreos minimizem os efeitos, um combate efectuado primordialmente a partir do ar implica custos elevados, o comprometimento de meios que deviam ser complementares ao esforço realizado em terra noutros locais, e, naturalmente, a possibilidade de uma eficácia reduzida, dependendo das condições concretas, e interrupções para reabastecimento ou no período noturno.
A melhor coordenação, o treino mais eficaz e os meios mais modernos, do que resulta uma maior capacidade de combate, tem, assim, esbarrado com uma dificuldade que compromete todo o esforço realizado e que resulta, muitas vezes, de uma incúria generalizada e de uma legislação desadaptada à realidade, que visa evitar a circulação dos poucos veículos que podiam manter abertas vias de acesso essenciais durante as operações de combate aos fogos.
Nos parques naturais, ou outras zonas protegidas, onde as restrições à circulação e permanência são maiores, os problemas resultantes da falta de acessibilidades é ainda mais crítico, com o risco de perda de um importante património natural e de danos para o ecosistema, sendo exemplos desta lamentável situação os fogos que atingiram o Gerês e a Serra da Estrela e que, face à impossibilidade de acesso aos locais mais adequados por parte de veículos, foram perdidas extensas áreas arborizadas.
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