Surgem cada vez mais críticas, ou simples desconfianças, face às medidas e metodologias adoptadas pelo Governo na área da prevenção e combate aos incêndios florestais, apontando-se, para além da ineficácia ou impraticabilidade de várias disposições, a precipitação das decisões.
Após meses de espera, e de inacção, após a tragédia de Pedrogão, período durante o qual pouco ou nada foi feito sob o pretexto de que as decisões se iriam basear no relatório da Comissão independente nomeada pelo Parlamento, mas que, consideramos, foi uma forma de adiar soluções, crendo que duas tragédias não ocorrem no mesmo ano, os incêndios de Outubro impuseram outro calendário.
É de notar que, apesar do impacto dos incêndios que devastaram grande parte do País em meados de Outubro, a falta de tacto político ou a insensibilidade não implicaria, caso não houvesse intervenção externa, uma alteração do calendário político, não obstante a crescente revolta popular face à destruição e perda de vidas humanas ocorridas num único fim de semana.
Subitamente, face à pressão popular, da qual o discurso do Presidente da República é um eco, surgem as medidas resultantes do Conselho de Ministros extraordinário previamente agendado, o qual decorre pouco mais de uma semana após o relatório da Comissão Independente ter sido entregue e antes daquele que foi pedido à equipa do professor Xavier Viegas ter sido terminado.
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