Mais grave, as causas profundas dos incêndios não foram adequadamente abordadas, nem sequer afloradas em toda a sua extensão, faltando toda a vertente estrutural que está na raiz do problema e que, não sendo corrigida, o que implica estudos profundos e décadas de trabalho antes de se verem os frutos, pouco irá alterar um cenário que, como está demonstrado, é propício a este tipo de tragédia.
Podia-se ter, pelo menos, ter estudado a possibilidade de implementar um plano-piloto numa das regiões mais afectadas, com medidas que combatam a desertificação e o empobrecimento, o que implica investimentos substanciais e atrair grandes empresas que sirvam de âncora a outras mais pequenas, criando uma estrutura onde a interacção e complementaridade potenciem novas iniciativas.
Sabe-se que atrair empresas com as características adequadas tem implicações, nomeadamente a nível de fiscalidade e outras condições que se revelem particularmente atractivas num mercado globalizado, mas a perda resultante de abdicar de receitas e dos apoios a prestar será compensada no médio e longo prazo pelas alterações estuturais resultante da fixação de novas empresas e no progresso local.
Tal implica um plano devidamente estruturado, tempo de execução e a disposição de perder receitas durante um período de alguns anos, o suficiente para que a zona se desenvolva e se torne suficientemente atractiva para que venha a constituir-se como um polo de desenvolvimento regional a ser melhorado e replicado noutras zonas do Interior, num processo lento mas sólido e que tenha impacto estrutural.
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