Por concluir estariam, ainda, relatórios da própria Autoridade Nacional de Protecção Civil, uma das principais visadas, mas também os que resultam do desenrolar das operações e que seriam sempre de anexar e consolidar, bem como os diversos inquéritos em curso, que, com abordagens diferentes, incluem informações relevantes.
Assim, o conjunto de decisões adoptadas surge como uma forma de aplacar iras e não como um todo consistente, realizável no médio e longo prazo, onde o curto prazo seria sobretudo composto de medidas de ressarcimento das vítimas e de contingência que repusessem em funcionamento serviços, estruturas e empresas, das quais dependem, em muito, a sustentabilidade das zonas mais afectadas.
Se este último conjunto peca por tardio, sendo certo de que, face à responsabilidade do Estado, deviam ter sido adoptadas muito antes, quando ficaram patentes as falhas do sistema de socorro ocorridas durante os fogos de Pedrogão, sendo injustificável, e injusto, que as vítimas fossem forçadas a aguardar quatro meses por uma conclusão óbvia, o que define as restantes medidas é a precipitação e falta de visão.
A ideia de reconstrução pode surgir como justa, mas necessita de ser equacionada com particulares cuidados, face ao risco de se repor uma situação propícia ao desastre, repondo o mesmo tipo de cenário onde este ocorreu, sem que tenham sido extraídas as devidas lições de toda esta tragédia.
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