Também o aumento do número de veículos e de quilómetros percorridos tem efeito, sendo normal que, com o aumento destes, exista um maior número de acidentes, mas a uma maior densidade do tráfego corresponde, muitas vezes, a uma diminuição da velocidade e, consequentemente, a uma menor gravidade dos acidentes, embora tal dependa das circunstâncias específicas, como o tipo de via ou a existência de zonas de maior perigo.
Todos nos lembramos do anúncio, algo pomposo, da nova "carta por pontos" que, diziam, ia contribuir para refrear alguns condutores menos respeitadores da legislação e dos demais utentes da estrada, mas, passado um primeiro impacto inicial, rapidamente todos concluiram que nada havia por detrás deste sistema e que os pontos raramente eram retirados em tempo útil, pelo que o efeito prontamente se perdeu.
Ainda hoje, anos volvidos, são poucos os condutores que, face às infracções cometidas, vissem o número de pontos diminuir até ficarem inibidos de conduzir, com os processos mais ou menos paralizados e esperando pela mais que provável prescrição, de que resulta uma sensação de impunidade quase absoluta.
Esta sensação de impunidade, que parece ser confirmada pela prática, será, na nossa opinião, um dos factores determinantes para esta evolução negativa, ao permitir que condutores sem comportamento cívico ou com falhas técnicas flagrantes possam continuar a conduzir e, muitas vezes, a provocar sucessivos acidentes, faltando nas estatísticas o factor de repetição, ou seja, quantos condutores provocam diversos acidentes.
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