Com a subida das temperaturas e durante o alerta vigente, a Câmara Municipal de Sintra impôs restrições à circulação de veículos na Serra de Sintra, permitindo apenas o acesso de veículos comerciais, dos transportes públicos e, naturalmente, dos residentes, sendo excluídos os restantes, incluindo os que operam na área do turismo.
Foi bem visível o nivel de conflitualidade, e mesmo os incidentes e protestos de operadores, bem como a presença de forças policiais e de socorro, situações amplamente divulgadas pela comunicação social, mas que merecem uma análise por estarmos diante de um tipo de argumentação menos comum e sobre a qual convém refletir.
Foi dada como justificação, junto da comunicação social, a rapidez de acesso dos meios de socorro, nomeadamente dos bombeiros, cuja mobilidade ficaria afectada pelo elevado número de veículos a circular nas estreitas e sinuosas estradas da Serra, tendo como consequência uma intervenção mais tardia, do que resulta uma maior dificuldade no combate inicial.
É de notar que a argumentação é francamente distinta da que está habitualmente na base deste tipo de restrições, a qual se baseia, essencialmente, na possibilidade de o fogo ter origem nos veículos circulantes, ou nos seus ocupantes, seja através de projecções de alta temperatura, uma eventualidade cuja existência efectiva, com resultados concretos, desconhecemos, ou, o que é mais provável, resultado da falta de civismo ou de comportamentos imprudentes que, nesta conjuntura, assumem contornos criminais.
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