Não obstante as previsões dos especialistas, que recorrem a modelos matemáticos e usam os dados mais actuais, apontarem para a possibilidade de o aliviar das restrições no fim de semana prolongado que abarca o Natal corresponder a um acréscimo de entre 800 e 1.500 mortos, o facto é que não houve a coragem política de introduzir alterações ao anunciado, pelo que se prevê um Janeiro particularmente complicado nos serviços de saúde.
Naturalmente, em Janeiro, ou mesmo nos meses seguintes, a percentagem de vacinados não permite mais do que amortecer um pouco o impacto de um súbito aumento de infecções, sendo de recear que, com a chegada da vacina, surja igualmente alguma descompressão que, facilmente, pode levar à inobservância do conjunto de regras que tem contribuido para controlar a pandemia.
Será, portanto, no início de 2021 que, com o aumento dos contágios, a ilusória proximidade da vacinação, o cansaço resultante de restrições, cada vez menos respeitadas, o peso das contas inerentes à transição de ano, bem como os desastrosos resultados de 2020, que, muito provavelmente surgirão novas medidas, mais restritivas, e uma nova quebra na economia, capazes de esmagar as irrealistas esperanças de uma rápida recuperação, que muitos ainda acalentam, prevendo-se um acentuar da conflitualidade social.
Este será apenas mais um episódios, que custará numerosas vidas, na condução errática, tecnicamente e cientificamente deficiente, do controle da pandemia, que visa evitar agitação social numa altura muito especial para as famílias e antes da chegada da vacina, pelo que podemos estar diante do último grande pico antes de a vacinação e a imunidade de grupo permitirem estabelecer uma nova normalidade.
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