Também é necessário ter em conta que as diversas vacinas não imunizam de forma igualmente eficaz todas as faixas ectárias, nem protegem de igual forma contra infecções de menor ou maior gravidade, pelo que, mesmo que optimizando a distribuição em função da idade, e tal, presumimos, será feito, pouco haverá a fazer quanto à protecção em função da gravidade da infecção, podendo, apenas, estabelecer alguns critérios que protejam os mais vulneráveis, vacinando estes, sempre que possível, com as vacinas mais eficazes.
Estes são cálculos complexos, não pelas fórmulas a utilizar, mas pela dificuldade em dispor de dados com a precisão adequada, e cuja experiência prática pode alterar, mas que não podem deixar de ser efectuados em permanência, sendo, na nossa opinião, muito mais decisivos do que o número bruto de vacinas já administradas, número esse que traduz a realidade de forma enganadoramente optimista.
É necessário que os decisores políticos, e quem os escrutina, coloque as questões da forma correcta, sem omitir dados, nem efectuar cálculos irrealistas, que apenas podem resultar em novas crises que, podendo não ter a gravidade daquela que vivemos no início do ano, poderão ter consequências graves, não apenas a nível de saúde, mas numa economia que, após a vacinação, se espera que se encontre em recuperação.
Ainda é impossível perspectivar o impacto desta pandemia e o resultado de um programa de vacinação na população mundial, sendo certo de que, da convivência com o vírus e dos avanços da medicina e da ciência, devemos esperar francos progressos no controle do Covid-19, mas sem um acompanhamento muito rigoroso e uma política de verdade, certamente não alcançaremos uma nova normalidade tão brevemente quanto seria possível.
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