É inegável que em Portugal existe um menor número de técnicos qualificados, em muitas áreas, como consequência dos baixos salários oferecidos entre nós e da globalização, que permite aos especialistas encontrar emprego em países onde podem auferir um pagamento compatível com as suas qualificações, e que tal deixa o nosso País particularmente vulnerável e um alvo apetecível, mesmo quando as empresas implementam o mesmo tipo de equipamentos dos seus congéneres noutros países onde, graças a pessoal com outras qualificações e em quantidade, são operados de forma distinta.
Este ataque também será, pelo menos em parte, resultado do modelo de desenvolvimento que escolhemos, com baixos salários, desvalorização de profissões técnicas da maior importância, levando os profissionais a emigrar, enquanto a globalização nos vulnerabiliza tanto quanto o deslumbramento tecnológico, que não é acompanhado por infra estruturas e suporte que contribuam para a segurança nesta nova conjuntura.
Não obstante a cada vez maior sofisticação dos ataques, bem como a sua imprevisibilidade, o facto é que muitas empresas ou entidades não investem adequadamente na segurança informática, seja a nível de planeamento, seja porque não adquirem os meios necessários, bem como o pessoal altamente especializado que é necessário para proteger redes cada vez mais complexas e que, efectivamente, apresentam um crescente número de nós com potencial vulnerabilidade.
É normal que as vítimas de um ataque com esta extensão e complexidade, e mais ainda quando operam em áreas tecnológicas, sobretudo na prestação de serviços, revelar muito poucos detalhes do que realmente sucedeu, sabendo que, para além das consequências para os clientes e para a economia, vão sofrer importantes danos reputacionais, muito superiores aos que quem opera noutras áreas iriam sentir.
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