Igualmente grave é, após a inclusão de um primeiro conjunto de crimes, a nível de abuso de crianças e de burlas, se passe a outro nível, com detecção de padrões nos mais diversos âmbitos, inicialmente criminais mas que podem evoluir para comportamentais, estabelecendo um regime de censura e intimidação a todos os títulos inaceitáveis.
Obviamente, esta funcionalidade pode resultar em muitos casos, quando existe uma vítima de um lado e um criminoso do outro, mas dificilmente será eficaz noutras situações, seja quando existem dois criminosos, que, cientes da existência desta tecnologia, irão recorrer aos meios possíveis para a contornar, nem quando cidadãos inocentes, desconhecedores das funcionalidades presentes nos seus equipamentos, possam, de alguma forma serem denunciados a entidades ou mesmo governos pouco legítimos.
Não pomos em causa as boas intenções do Google, ou a iniciativa da União Europeia, mas, quando se ultrapassam determinados limites, estes podem ser continuamente alargados, incluindo novas possibilidades e excepções, do que pode resultar uma completa perda de privacidade e uma permanente insegurança para todos quandos vivam em locais menos seguros, sobretudo sob governos opressores e que recorrem às tecnologias para controlar as populações.
Apesar de estarmos diante de um projecto, que pode ou não ser implementado, suspeitamos que o código necessário, sem estar activado, venha a estar presente numa próxima versão de Android, abrindo assim as portas para uma nova realidade, na qual o controle exercido por máquinas sobre o cidadão comum, seja directamente, seja transmitindo informação a terceiros, seja a norma, com todas as consequências que, desde já, podemos imaginar.
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