Uma das séries para a televisão que mais apreciamos é a "37 dias", uma mini-série da autoria da BBC composta por três episódios, emitida pela primeira vez em 2014, no centenário do início da Grande Guerra, e que narra os acontecimentos que antecederam a declaração da 28 de Junho de 1914, começando no assassinato do arquiduque austriaco Franz Ferdinand, e terminando com o início das hostilidades, e que descrevemos num texto anterior.
Esta série, de excelente qualidade e grande rigor histórico, descreve a sequência de incidentes, mal-entendidos, enganos, e falhas que, partindo de um assassinato, acabaram numa guerra que, apesar da tensão vivida na Europa, não era desejada pelo vários protagonistas, com excepção da França, que ainda desejava vingar a derrota na guerra Franco-Prussiana.
Ao longo de três episódios, é possível entender como um conjunto de governantes e diplomatas experientes se deixa enredar numa teia que eles próprios tecem, sempre esperando que algo travasse a sequência de eventos que, inevitavelmente, levaria a um conflito indesejável, e que, para muitos, passaria pela cedência dos potenciais adversários.
Como todos sabemos, tal não aconteceu, com receio de que algum tipo de cedência, contemporização ou avanço diplomático pudesse aparentar fraqueza e levar o oponente a ganhar confiança e avançar, e o aumento da tensão e da desconfiança, sustentada nas deslocações de tropas e numa crescente exaltação patriótica, empurrou o continente europeu para a maior guerra até então vivida.
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