No apagão de 28 de Abril, não obstante os prejuízos, não houve o número de consequências pessoais que um colapso da rede eléctrica podia provocar, sobretudo quando afecta sistemas de comunicações essenciais para efectuar pedidos de socorro e quando os sistemas de geração instalados em locais críticos não são capazes de manter a actividade essencial, mas nada garante que, caso algo de semelhante ocorra no futuro, os danos a nível pessoal não aumentem.
Noutra realidade, os trabalhos para minimizar vulnerabilidades existentes no sistema de distribuição de energia já estariam em curso, existiriam planos de contingência e, mesmo com os custos inerentes, as fontes de energia teriam mudado, tal como sucedeu a seguir ao apagão de Abril, de modo a que os riscos de uma falha generalizada de energia fossem minimizados, independentemente do que acontecesse em Espanha, mas tal, infelizmente, não é o padrão nacional.
Este é um País que vive da reacção, sem iniciativa, incapaz de uma proactividade que evite situações da maior gravidade, algo bem patente nas mais diversas áreas, que vão desde a energia aos incêndios florestais, passando pelo planeamento no ensino ou na saúde, esperando que nada suceda e atribuindo incidentes, mesmo que previsíveis ou antecipáveis, a uma espécie de destino trágico e iniludível.
Apenas com muita pressão veremos alguma inicitiva nesta área, sendo certo que, caso surja um problema, o Governo se irá refugiar na ausência de um relatório final, na demora nos processos de aquisição de equipamentos ou em tantos outros obstáculos, omitindo que, efectivamente, pouco foi feito e que existe, efectivamente, uma responsabilidade que consideramos ir para além da política, podendo incorrer num crime de negligência, dependendo das circunstâncias exactas e das consequeências de um futuro apagão.
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