Ataque contra as Torres Gémeas
É um lugar comum dizer que o Mundo não é o mesmo desde os atentados de 2001, mas também não podemos esquecer que estes foram o culminar de um processo que começara há muito tempo atrás, durante a Guerra Fria, e cujas consequências não foram entendidas ou antecipadas pelos países da Europa Ocidental e pelos próprios Estados Unidos.
Não será fácil identificar a génese deste processo, mas podemos centrar alguns dos episódios fundamentais no Afeganistão dos anos setenta, altura em que os movimentos islâmicos radicais fizeram a União Soviética temer que a sua influência alastrasse pelas repúblicas predominantemente islâmicas do Cáusaso e optou por invadir um país cujo governo já não controlava grande parte do território.
À luz da Guerra Fria, vários movimentos terroristas ganharam, subitamente, o estatuto de "combatentes da liberdade" e tiveram acesso a armas, informações e todo o apoio de quem reduziu no conflito afegão a uma mera luta contra o que muitos consideravam como mais um episódio da expansão soviética.
Após a retirada soviética, veio o fim da Guerra Fria e o abandono do regime afegão, extremista, economicamente insustentável e dependente da plantação de ópio e do suporte económico e militar de organizações terroristas que encontram um campo de recrutamento e de treino onde estabelecer as suas bases e desenvolver as suas tácticas.
Não é possível descrever em poucas linhas o processo evolutivo que resultou nos atentados de 11 de Setembro, nem existe justificação para este acto, mas será conveniente que a História não seja esquecida e que estados párias, que vivem no isolamento e sem respeito pelas leis internacionais, deixem de ter condições para existir, certos de que, mais tarde ou mais cedo, a desestabilização regional que estes originam pode abalar toda a ordem mundial.
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