Por outro lado, um acordo com cedências à esquerda resultaria na perda de uma larga franja do eleitorado socialista, a mesma que oscila entre este partido e a direita, correndo o Partido Socialista o risco de ficar esmagado entre um conjunto de partidos de direita e outro de esquerda, numa bipolarização onde o centro, que de alguma forma representa, tenderá a desaparecer.
Assumindo que, ao prescindir do poder, cedências do Partido Socialista à direita seriam bem menores, tal implicaria que estas fossem sobretudo do lado da coligação vencedora, o que a desgastaria e enfraqueceria, preparando-a para uma mais que provável derrota nas próximas eleições que, quase certamente, seriam muito antes do termo de uma legislatura normal.
Em termos de médio prazo, tal seria o cenário mais benéfico para o Partido Socialista, mas dificilmente o líder sobreviveria face ao incumprimento das expectativas, sendo a situação agravada pelo estado financeiro do partido, que já renegociou dívidas e, sem uma injecção de capital, pode ver as finanças colapsar, com consequências completamente imprevisíveis dado que a falência de uma organização política seria inédita entre nós.
Perante este quadro, quando a sobrevivência da liderança e, não do ponto de vista político, mas como figura jurídica, do próprio partido está em causa, admitimos que o cenário que parecia mais improvável até ao dia das eleições poderá ser a realidade, vindo reforçar esta possibilidade a própria calendarização e sequenciação das reuniões entres os vários partidos que poderão fazer parte de uma solução governativa.
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