Demorou anos, mas é hoje inegável que as causas mais estruturais que estão na origem dos incêndios começam a ser apreendidas, e assuntos como a desertificação do Interior, o exodo das populações ou a insustentabilidade da economia nas áreas mais afectadas entraram no discurso político.
A abordagem contida em discursos e mensagens tem vindo a evoluir, tornando-se mais racional, mesmo perante a emotividade do momento, reconhecendo-se por parte de decisores e líderes políticos os erros cometidos e a necessidade de optar por vias diferentes, admitindo que o caminho seguido está esgotado, revelando de forma cada vez mais evidente o quão errada tem sido a perspectiva comummente adoptada.
Já não se olha para os incêndios como uma inevitabilidade ou um mero problema de combate, por vezes alargado a acções mais ou menos exporádicas de prevenção, e já se observa todo um cenário, complexo e algo assustador, que está na raiz de um problema que demorou muito a começar a ser apreendido nas suas várias causas.
Naturalmente, reconhecer o problema é um passo importante, mas insuficiente, faltando, numa primeira fase, elaborar os estudos e planos que permitam contrariar a tendência das últimas décadas e reequilibrar o País, voltando a dar-lhe a continuídade de um todo que, sendo heterogéneo, tem que ser uno e solidário, reconhecendo e valorizando as potencialidades das diferenças.
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