Esta seria uma das justificações para o elevado número de veículos detectados em excesso de velocidade, segundo as autoridades policiais, do que resultou que num único fim de semana prolongado, mais de 100 acidentes provocassem uma dezena de vítimas mortais, 24 feridos graves e mais de 350 feridos ligeiros, números que excedem em muito os verificados no ano anterior, mas, se efectivamente muitos circulavam numa velocidade superior ao permitido por lei, certamente muitos outros o faziam a uma velocidade incompatível com as condições da via, incluindo-se aqui o efeito da chuva que ocorreu nesse período.
É de notar que, mesmo não conhecendo estatísticas que estabeleçam a ligação entre o tempo chuvoso, e consequentemente piso molhado, ou outras condições adversas e o número de acidentes, não temos dúvidas que o aumento de acidentes e vítimas está ligado a estes factores, podendo acrescer as questões de calendário, ou seja a existência de feríados que facilitem viagens de maior extensão, mas não um período que dispense quem quer aproveitar este período de aproveitar o escasso tempo ao máximo.
E aqui voltamos ao omnipresente factor humano, consubstanciado num comportamento que a legislação dificilmente poderá controlar, e que fica bem patente pelo número de acidentes que se tende a considerar como ocorrendo em excesso de velocidade mas que, não havendo provas que o demonstrem, serão quase certamente, o resultado de uma velocidade excessiva, fruto de uma óbvia falta de prudência e de alguma incapacidade técnica, factores muito comuns nos condutores portugueses, que se consideram muito melhores a conduzir do que realmente são.
Para estes, apenas a presença de uma autoridade é dissuasora no momento da infração, única forma de prevenir situações que, mesmo posteriormente punidas, podem ter consequências da maior gravidade para os próprios e para terceiros, mas a falta de investimento em meios de vigilância, reduzindo o número de quilómetros percorridos pelas autoridades policiais, enquanto se opta pela que gera maiores receitas, nomeadamente a cobrança de coimas, acaba por promover os comportamentos que urge desencorajar.
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