É previsível que surjam ainda novas medidas, mesmo que ineficazes, mas que podem criar a ilusão de empenho, bem como o acelerar dos processos de vacinação, seja a nível das doses de reforço, seja iniciando a de crianças com idade inferior a 12 anos, grande parte das quais, estima-se em 50%, já foi previamente infectada e, possivelmente, terá defesas naturais adequadas, o que dispensaria as duas doses que terão que receber.
Obviamente, ao optar por vacinar crianças durante o periodo das férias escolares tem como consequência imediata uma diminuição da capacidade para vacinar outras idades, pelo que se dará prioridade a quem tem um baixo risco, sacrificando aqueles a quem uma infecção com Covid pode ter consequências mais graves, algo que, para nós, é um completo contra-senso.
Também a vacinação de uma nova faixa ectária sem que se revejam as medidas de contenção, nomeadamente os prazos de isolamento, pode não ter o efeito desejado, concretamente o de manter a normalidade possível nos estabelecimentos de ensino e reduzir as situações onde as aulas não presenciais são exigidas, sendo que estas alterações deveriam ter sido introduzidas na altura do anúncio da vacinação dos jovens até aos 12 anos, o que não justificando a opção, poderia torná-la mais fácil de entender.
No entanto, tendo em conta que esta seria uma decisão com uma forte componente política, que ultrapassa em muito o âmbito da saúde pública, o risco de impopularidade ou erro num período pré-eleitoral determinou a inexistência de alterações substanciais a este nível, o que, em grande medida, torna inútil, em termos práticos e funcionais, a vacinação dos mais novos.
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