Também não podemos esquecer os condicionalismos que resultam da seca, bem como do conjunto de alterações climáticas, que, tendo passado para segundo plano, não deixam de permanecer e irão projectar-se no futuro, sendo um problema que se irá prolongar ao longo de décadas, caso seja combatido com eficácia, algo que, com a mudança de prioridades, não parece ser o caso.
Portugal não será um dos países directamente mais expostos à crise energética que se avizinha, dependendo menos de recursos provenientes da Rússia, mas será inevitável que, face à escassez e incerteza do mercado, pague igualmente preços muito mais elevados, algo que já se sente duramente, sendo óbvio que algumas medidas de contingência, como a reactivação temporária de centrais a carvão, faria todo o sentido no perído que atravessamos, aliviando a pressão exercida sobre os preços, disponibilidade e dando um pouco de fôlego aos consumidores.
A opção de subsidiar ou apoiar em vez de adoptar medidas de emergência, corresponde, basicamente, a deitar dinheiro sobre os problemas, que nunca resolverá uma situação que carece de medidas estruturais, e para as quais não há lugar a adiamentos, mesmo quando se alega que as iniciativas devem ser num âmbito mais alargado, o que implica esperar por acordos a nível da Comunidade Europeia sem que se implementem medidas provisórias que, sem custos excessivos, possam mitigar os problemas que atravessamos.
Depois da doença, da guerra, das alterações climáticas, todas com consequências devastadoras que trouxeram, a primeira imagem que surge é a dos quatro cavaleiros do Apocalipse, devastando o Mundo e antecipando o seu final, algo que, caso não se mudem mentalidades e atitudes, pode estar bem mais perto do que, ainda há poucos anos, seria razoável pensar.
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