Mais de milhão e meio de clientes da TAP - Air Portugal viram os seus dados pessoais, incluindo o nome, morada, número de contacto, para além de informações diversas, onde constam contratos confidenciais com outras empresas, foram divulgados na "Dark Web" após recusa por parte da transportadora aérea do pagamento de um resgate que impediria a sua publicação.
A TAP continua a insistir que não foram expostas "informações sensíveis", leia-se dados bancários, como se dados pessoais e contratuais não fossem sensíveis, e não reconhece a gravidade do sucedido, continuando-se a refugiar em expressões vagas, como se o problema estivesse controlado, algo que contradiz a versão dos piratas informáticos, que garantem continuarem a movimentar-se dentro do sistema informático.
Desta forma, apesar da presença e colaboração da Polícia Judiciária e do Centro Nacional de Cibersegurança, tanto quanto se pode apurar, a TAP continua sem capacidade para assegurar a integridade dos sistemas, limitando-se a dizer que a "actividade operacional" não foi afectada, o que pode ter múltiplas interpretações, entre estas a que este não seria alvo dos piratas, dado que este tipo de informação, servindo como objecto para obtenção de um resgate, tem menos valor transacional do que dados pessoais, caso a opção fosse pô-los à venda, e cria menos pressão junto da opinião pública, nomeadamente entre os clientes desta transportadora.
Quando dados pessoais, confiados a uma empresa, instituição ou particular, deixam se ser utilizados para os fins acordados, existe, naturalmente, a possibilidade de processar quem permitiu que tal acontecesse, apurando se existe negligência ou dolo, do que decorre um processo crime, ou se, não obstante terem sido respeitadas as boas práticas, estamos diante de um processo meramente indemnizatório.
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