Pagar em duplicado por uma rede disfuncional - 3ª parte

Se por um lado aceitar numa rede de comunicações com a importância do SIRESP, vital para a segurança e o socorro, a dependência de um fornecedor, que se sente livre para estabelecer os preços, sem pressão de concorrência, ou pode, por qualquer razão, descontinuar a tecnologia, e basta imaginar o que aconteceria, por exemplo, se a Motorola fechasse, continuar a investir a uma plataforma ultrapassada não faz qualquer sentido.

Temos muitas dúvidas que os nossos leitores aceitassem nas suas comunicações, sejam profissionais, sejam pessoais, as limitações impostas pelo SIRESP, prescindindo de vídeos ou de aplicações, em troca de uma alegada segurança que, tendo em conta a disponibilidade do sistema, não se revela adequada, com os respectivos utilizadores a recorrerem a redes dos operadores comerciais, as mesmas que todos utilizamos, para ultrapassar constrangimentos.

Há muitos anos que insistimos na necessidade de dispor de uma tecnologia diferente no SIRESP, estando disponíveis alternativas que, quase certamente, terão um custo mais reduzido e serão francamente mais eficazes, disponibilizando os serviços compatíveis com os dias de hoje, podendo-se envolver os fornecedores de acesso à Internet e de serviços de comunicações por satélite para disponibilizar uma plataforma moderna, estável e segura, capaz de responder às necessidades dos dias de hoje.

Naturalmente, romper com o actual "status quo" implica coragem e trabalho, sabendo-se que as transições são complexas e implicam custos, mas investir numa solução de futuro, sem dependências e estrangulamentos, faz muito mais sentido do que continuar a gastar somas elevadas num sistem que, por muito melhorado que seja, terá sempre os constrangimentos resultantes da sua concepção e cuja evolução está mais do que limitada, ficando longe das exigências actuais.