Esta atitude demonsta bem a falta de confiança numa solução para os problemas resultantes do mau tempo, com a repetição a resultar em resignação quando devia, sobretudo, provocar revolta, enquanto sucessivos governos, sempre muito pouco interventivos, limitam-se a anunciar compensações que, essencialmente, se destinam a diminuir algum sentimento de revolta por parte de quem vê os seus bens destruidos ou danificados.
Pode, efectivamente, sair mais barato, pelo menos temporariamente, ir pagando compensações e reparando danos em áreas ou objectos públicos do que proceder aos dispendiosos trabalhos de prevenção, mas é certo que, nesta perspectiva, estamos a falar de despesa e não de investimento, ou seja, de valores defenitivamente gastos e perdidos face a dinheiro que preveniria, ou minoraria, situações semelhantes no futuro.
O Estado está, obviamente, ciente desta realidade, que, caso se verifiquem vítimas, terá que mudar de contornos, podendo transitar para um nivel criminal, inerente a qualquer atitude, seja por acção, inaçcão ou negligência de que resulte a perda de vidas, quando, para o senso comum, essa possibilidade não apenas existe como, com a repetição dos acontecimentos, tenderá para a inevitabilidade.
Ao optar por manter o risco para pessoas e bens, ciente da sua existência, o decisor político não pode estar a salvo de um processo crime, mesmo quando alegue impossibilidade de proceder aos trabalhos necessários, muito possivelmente referindo os custos elevados e indisponibilidade orçamental, quando o certo é que as prioridades foram outras, eventualmente com maior visibilidade e impacto eleitoral.
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