sexta-feira, setembro 26, 2014

O mau tempo que se prevê, mas não se previne - 2ª parte

Se para situações estruturais, como as resultantes de edificações em leitos de cheia ou da impermeabilização de solos, a prevenção é praticamente impossível, tal como a sua correcção que não passe pela remoção destes obstáculos, em muitos outros casos os alertas deviam ter resultado num conjunto de acções, sobretudo por parte das autarquias, que evitassem inundações e enxurradas que provocassem prejuizos substanciais.

No caso concreto de Lisboa, a falta de acções de prevenção, o mau estado de muitas vias, incluindo o pavimento e todos os sistemas de escoamento, a falta de limpeza e manutenção, a manifesta incúria no planeamento de muitas vias e a autorização ou realização de obras inadequadas, são apenas algumas das muitas causas que potenciam estas inundações.

Existem locais referenciados desde há muito, como as zonas da Baixa, de Benfica e Sete Rios ou da Pr. de Espanha, apenas para mencionar alguns daqueles onde sistematicamente ocorrem algumas das situações mais graves, as quais incluem corredores de circulação que quase paralizam o trânsito em Lisboa, mas que igualmente dificultam em muito a deslocação dos meios de socorro.

Com um fluxo de tráfego baseado num conjunto restrito de vias principais, que comunicam entre sí, interligando-se por algumas praças ou rotundas, basta que um desses nós rodoviários deixe de estar disponível para que todo o sistema fique em risco de colapso, sendo que alterações introduzidas recentemente no sentido do tráfego agravaram muito esta situação.

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