Sem uma priorização adequada, favorecendo áreas mais densamento populadas, de onde provém a maior riqueza e, naturalmente, o maior número de votos, o abandono do Interior continua a agravar-se, encerrando-se continuamente serviços e valências, sendo raras as excepções onde permanece a presença do Estado através dos orgãos de soberania e da prestação dos serviços que lhe são exclusivos.
No final, poderá ser mesmo a proximidade de um acto eleitoral, muito perto do final da época de fogos, e o impacto que esta, caso corra pelo pior, pode ter na percepção dos eleitores, que poderá determinar o investimento público e a forma de actuação das entidades oficiais, mais preocupadas com a sua imagem e sobrevivência política, do que a com a vida das populações directamente afectadas.
Sabemos que ainda faltam alguns meses para o Verão, que, no entanto, são escassos para realizar tudo o que ainda está por fazer, facto agravado pelo aumento de temperatura e pela escassa pluviosidade das últimas semanas, que contribuem para secar antecipadamente os terrenos, sendo, obviamente, imprevisível se ainda choverá com a intensidade suficiente para inverter a situação.
Assim, sem um esforço real, mantendo-se as vulnerabilidades do passado acrescidas de um conjunto de variáveis aleatórias, que introduzem um factor de imprevisibilidade e dificultam qualquer planeamento, o Verão de 2015 poderá ser bem mais complicado em matéria de incêndios florestais do que aquele que o precedeu, refazendo, de alguma forma, o ciclo de 2003 e 2005, que muitos de nós ainda recordam.
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