Embora os dados comparativos sejam atípicos, tendo em conta que 2014 foi um ano excepcionalmente calmo em termos de incêndios florestais, o facto de no início de Agosto já ter ardido uma área superior à do Verão passado, não sendo algo de inexperado, deve ser assinalado como preocupante.
Era expectável, face aos dados do ano anterior, muito abaixo da média dos últimos 10 anos, que em 2015 o número de ignições aumentasse e a área ardida fosse francamente superior, contribuindo para que tal aconteça todo o processo regenerativo natural, cujos ciclos são bem conhecidos, e toda a conjuntura resultante da escassa prevenção e das próprias condições climáticas, pelo que, lamentavelmente, tudo corre como esperado.
Perante um cenário que se ia compondo, apenas um reforço de meios e um conjunto de medidas de emergência, impondo um aumento da segurança que pode passar apenas pelo cumprimento de forma adequada da legislação em vigor, poderia ter controlado esta evolução negativa, para o que seria necessário coragem e empenho por parte de quem, neste momento, mais do que governar, se encontra em pré campanha eleitoral.
Aliás, o próprio alinhamento noticioso, com esta notícia a passar em escassos segundos e numa posição muito secundário, secundarizada por factos que, sendo mais espectaculares ou apelando a emoções, são efectivamente muito menos relevantes, demonstra o interesse que este assunto, bem como a destruição de um património que demora décadas a recuperar tem para simples espectadores ou decisores.
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