Podendo ser apenas uma concididência, pelo que temos que nos interrogar quanto ao seu número, o suicídio de quatro elementos das forças de segurança, dos quais três pertenciam à Polícia de Segurança Pública e o quarto à Guarda Nacional Republicana, volta a repor na agenda este problema complexo que uns anos atrás atingiu uma gravidade extrema e, nos dias de hoje, volta a estar presente.
Aparentemente, face a uma diminuição do número de suicídios e à implementação de novos mecanismos, este problema, que efectivamente pode, de alguma forma ser controlado, sem nunca ser solucionado, acabou secundarizado, tal como acontece com tantos outros problemas que, quando parecem resolvidos, mesmo quando se sabe que tal é aparente e transitório, passam a ser negligenciados, com o foco a concentrar-se noutras realidades.
A problemática do suicídio, em termos abstractos, nunca deixa de estar presente, sobretudo entre grupos específicos que incluem profissionais submetidos a um conjunto de condições que, independentemente da sua capacidade individual ou colectiva e da preparação, continuam a ser particularmente vulneráveis como resultado das pressões que enfrentam, mas é manifesto que, quando parece desaparecer, se tende a baixar a guarda.
Com o prolongar da crise, o suicídio atingiu, no todo da sociedade portuguesa, um novo patamar, devendo ser encarado e tratado como um grave problema de saúde pública, vindo os problemas financeiros, que se agravaram nestes últimos anos, adicionar uma maior pressão, combinando-se com condicionalismos inerentes ao desempenho de um conjunto de profissões de maior risco ou a outras onde a pressão seja uma constante, como, por exemplo, aquelas que estão directamente ligadas ao socorro.
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