As imagens do parque de campismo, a alguma distância do centro da cidade, completamente inundado, permite aferir da extensão percorrida pela água, apenas possível quando, conjuntamente com uma precipitação intensa e persistente, o solo se encontra muito pouco permeável, com a saturação a resultar em lençóis de água e numa forte corrente quando esta flui em leitos estreitos, neste caso formados por paredes de edifícios.
Sendo uma situação rara, admitindo-se que, mesmo sabendo da possibilidade, pela escassa probabilidade, a sua ocorrência não tenha sido equacionada no momento do planeamento urbanístico, o facto é que esta decisão, financeiramente vantajosa, passa pelo assumir de um risco que coloca em risco bens públicos, bem como as populações e os respectivos haveres, num cenário onde tudo pode correr mal.
No fundo, foi feita uma escolha, dando primazia a receitas provenientes de um conjunto de actividades económicas, bem como a todas as vantagens políticas e pessoais inerentes, secundarizando a segurança e um conjunto de valores ambientais e paisagísticos que, sendo valiosos, tendem a ser menos rentáveis no curto prazo, aquele que corresponde à duração dos mandatos eleitorais.
O sucedido em Albufeira serve como exemplo de algo que se pode repetir em inúmeras localidades nas quais o poder político adoptou estratégias de desenvolvimento semelhantes, omitindo dos eleitores o verdadeiro preço a pagar, o qual acaba por ser suportado pelo todo, a nível nacional, incluindo neste zonas francamente mais empobrecidas ou cujo desenvolvimento, apoiado numa maior prudência e racionalidade, não gera as mesmas receitas no imediato e que, em função deste tipo de erros, se vê privado de verbas necessárias ao seu próprio desenvolvimento.
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