quarta-feira, novembro 25, 2015

Nova vaga de suicídios em forças de segurança? - 4ª parte

Apenas um acompanhamento atento, que, como mencionamos anteriormente, necessita de ser efectuado pelos pares e não pela hierarquia, pode permitir um alerta prévio adequado, dado que a maior confiança e partilha tendencialmente é entre quem desempenha funções conjuntamente e sem dependências hierárquicas relevantes, nomeadamente as que têm peso na carreira, aos quais dificilmente se confessará algo que, intuitivamente, se assume poder ser prejudicial para o próprio.

Para que tal resulte, para além de confiança, é necessária preparação adequada, sendo essencial uma formação básica que contribua para detectar sinais, ou combinações destes, que, em muitos casos são subtís e necessitam de ser enquadrados numa dada conjuntura como forma de obter um panorama mais completo e abranjente de uma situação que, após um período de alguma estabilidade, tende a agravar-se com alguma rapidez.

É sempre de notar que em estruturas fortemente hierarquizadas, raramente, por diversas razões, o próprio alerta um superior, pelo que este, para além de sensibilizado e alerta, deverá estar preparado para reconhecer um conjunto de sinais que, conjuntamente, devem levar a equacionar uma análise mais profunda, se bem que discreta e não intrusiva, com a possibilidade de encaminhar o caso, se tal se justificar, para um gabinete especializado.

Conforme referimos em textos anteriores, situações de ruptura ou de perda, dificuldades económicas, problemas de saúde, mesmo mudanças bruscas e contra vontade, podem ser factores a registar, conjuntamente com mudanças de atitude ou comportamento, como o assumir de riscos mais temerários, irritabilidade ou dificuldades de relacionamento, desleixo no cumprimento dos deveres ou mesmo na apresentação, para citar alguns dos alertas que constam de tabelas que ajudam a avaliar o risco de suicídio.

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