Criado o cenário, estabelecido o propósito, a questão dos meios é secundária e instrumental, um elemento facilitador que não pode ser incluido no conjunto de motivações de que decorre todo o complexo processo que termina na decisão, convicta, de recorrer ao suicídio não como forma de alerta, mas como o que o próprio considera a única solução possível para o conjunto dos seus problemas.
No caso dos elementos das forças de segurança, que mesmo quando em baixa psiquiátrica, muitas vezes continuam na posse de armas de fogo, a facilidade com que o acto é praticado devido à imediata disponibilidade de um meio eficaz e que, sendo correctamente utilizado, não implica sofrimento físico, é manifesto que o risco do acto, não da decisão, aumenta substancialmente, pelo que um acompanhamento mais eficaz e implementação de novos sistemas de alerta é absolutamente essencial.
Não se pode confundir a imediata disponibilidade de meios com a determinação de os utilizar, ou seja, facilitando a decisão, ao eliminar um obstáculo que cria uma barreira funcional que pode corresponder, sobretudo, a um intervalo de tempo, evitando um impulso momentâneo, tipicamente apenas se adia o inevitável salvo quando deste compasso de espera resulta uma intervenção, para a qual tem que haver um alerta.
Portanto, a manutenção da arma, que obviamente deve ser evitada em situações de risco para o próprio ou para terceiros, não será determinante, sabendo-se que, mesmo na ausência de um meio considerado mais eficaz, quem efectivamente estiver decidido a por termo à vida o fará, recorrendo a uma das inúmeras alternativas ao alcance de todos.
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