segunda-feira, dezembro 03, 2018

A responsabilidade extraviada - 1ª parte

Seja no caso dos incêndios florestais, sobretudo naqueles que, por terem causado vítimas mortais, foram mais aprofundadamente investigados, seja em situações semelhantes à que ocorreu recentemente em Borba, existe um conjunto de traços comuns que, inevitavelmente, terminam na negligência de um conjunto de responsáveis e decisores que, tendo competências legais para tal, falharam em agir.

Em primeiro lugar, em ambos os casos existia um cenário particularmente propício ao ocorrido, convergindo um conjunto de situações naturais e provocadas pela acção humana, para que a probabilidade de um acidente fosse elevada, tendo havido alertas para a situação, mesmo que num nível mais conjuntural no caso dos incêndios, e de forma mais permanente quando falamos das pedreiras.

Nas várias situações, ninguém assumiu qualquer tipo de responsabilidade, menos ainda na medida de tirar consequências, que podiam passar pela demissão ou resignação, sendo raro um pedido de desculpas, mesmo que tal se traduza no assumir difuso, inconsequente e vago de algum tipo de relação com o sucedido.

Por ser mais recente, apontamos para a postura do presidente da câmara municipal de Borba, a entidade que tinha a supervisão sobre a estrada atingida pela derrocada, onde circulavam as 5 vítimas mortais, e que, sabendo do risco, algo comprovado por diversos documentos apresentados publicamente por orgãos de comunicação social, não tomou quaisquer medidas, permitindo que esta via se mantivesse aberta.

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