Naturalmente, independentemente das restrições, que certamente existirão, o Governo está a enviar uma mensagem de alerta, tentando combater comportamentos de risco, mas, igualmente, a proteger-se caso a situação pandémica se agrave, tal como é expectável.
Desta forma, caso a evolução não seja tão negativa quanto se prevê, o Governo irá reclamar os louros, usando esta medida como exemplo do trabalho feito, mas, caso tudo se complique, outro argumento, o de que terá sido feito o possível sem comprometer a economia, será utilizado como forma de minorar os danos na imagem do executivo e reduzir o inevitável preço político.
Depois de uma conduta errática, seguindo a pressão popular, na altura em que surgiu a pandemia, deixando-se arrastar pelos acontecimentos e incapaz de se antecipar, numa demonstração de impreparação, falta de liderança e, em muitos casos, completa incompetência na gestão de crises, esta medida preventiva, de legalidade duvidosa, destina-se a contrariar a impressão deixada e evitar uma condenação popular caso a situação evolua de forma mais negativa do que o esperado.
Aliás, face à possibilidade de uma segunda vaga da pandemia e ao despertar das populações para uma nova realidade, de uma crise sem precendentes, que levará muitos a enfrentar dificuldades que nunca esperou conhecer, a popularidade do Governo, sem dúvida, irá cair, podendo levar a uma forte agitação social e mesmo, futuramente, a uma dissolução do Parlamento.
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